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Não consegue dormir? Experimente esta alternativa à medicação.

A terapia cognitivo-comportamental para insónia (TCCI) é considerada o tratamento mais eficaz para pessoas que diariamente têm dificuldades em adormecer. Os mais recentes estudos concluíram que a TCCI é tão eficaz quanto o uso de medicamentos para dormir a curto prazo, e ainda mais eficaz a longo prazo. Dados dos ensaios clínicos realizados neste estudo sugerem que até 80% das pessoas que experimentam a TCCI observam melhorias no sono e a “maioria dos pacientes sente as melhorias entre quatro a oito sessões, mesmo que tenham insónia há décadas”, afirma um dos autores do referido estudo, Philip Gehrman, diretor do laboratório de Sono, Neurobiologia e Psicopatologia da Universidade da Pensilvânia.

A medicação para o sono pode trazer riscos, especialmente para os idosos, que podem ter problemas como quedas, perdas de memória ou confusão como resultado do uso desses medicamentos. A TCCI, por outro lado, é considerada segura para adultos de qualquer idade. O seu uso pode até ser adaptado para crianças.

O que é a TCCI?

Muitas pessoas assumem erradamente que a TCCI está inteiramente focada na higiene do sono – as rotinas e o ambiente que conduzem a um bom sono. A TCCI utiliza uma série de tratamentos para direcionar comportamentos que inibem o sono, como “sestas” diurnas ou uso de dispositivos digitais antes de dormir, e substituí-los por outros mais eficazes, como manter um horário consistente para acordar. Mas também visa abordar ansiedades e crenças negativas sobre o sono.

Na maior parte do tempo, a insónia pode levar à sensação de que o sono se tornou “imprevisível e fragmentado”. Todos os dias as pessoas com insónia crónica pensam: ‘Como vou dormir esta noite?’

A TCCI ensina às pessoas diferentes maneiras de relaxar, como respiração profunda e meditação consciente, e ajuda os pacientes a desenvolver expectativas realistas sobre os seus hábitos de sono.

É especialmente importante que as pessoas com insónia aprendam a ver a cama como um lugar para um sono reparador, em vez de associá-la a uma experiência negativa do sono.

Pacientes que seguem o tratamento por TCCI são solicitados a sair da cama se não dormirem após cerca de 20 ou 30 minutos e fazer uma atividade silenciosa com pouca iluminação que não envolva artigos eletrónicos. Além disso, eles são orientados a ficar na cama apenas quando estiverem sonolentos ou a dormir.

“A TCCI leva a um sono mais consolidado e a menos tempo para adormecer, o que é um grande ganho para muitos” afirma um dos vários especialistas que colaborou no estudo.

 

Síndrome da Apneia do Sono (SAS)

O que é a Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS)?

A síndrome da apneia obstrutiva do sono é uma patologia crónica e com elevados riscos de mortalidade e morbilidade, caracterizada por limitações de fluxo (hipopneia) ou paragens respiratórias (apneia) recorrentes durante o sono. Esta interrupção respiratória deve-se geralmente a um relaxamento anómalo do tecido da via área respiratória.

A gravidade da SAOS é definida consoante o número de eventos respiratório por hora:

Ligeiro (5 a 15 eventos por hora)

Moderado (15 a 30 eventos por hora)

Grave (mais de 30 eventos por hora)

Quando devo desconfiar que tenho SAOS?

Fatores de Risco:
  • Idade superior a 50 anos;
  • Obesidade;
  • Sexo masculino;
  • Pós-menopausa;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Distúrbios hormonais;
  • Alterações maxilo-faciais;
  • Uso de sedativos.

 

Sintomatologia:

Sintomas Diurnos Sintomas Noturnos
Sonolência diurna excessiva Ressonar
Fadiga/cansaço Sensação de asfixia noturna
Dores de cabeça matinais Paragens respiratórias noturnas
Dificuldade de concentração Insónia
Esquecimento frequente Despertares noturnos
Disfunção eréctil Micção frequente durante a noite
Alta irritabilidade Sono agitado
Humor depressivo Suores noturnos

Quais os principais riscos de saúde associados?

A SAOS é uma patologia com elevada correlação com patologias como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes e AVC.

A sua associação a aumentos de acidentes de viação e/ou laborais e a dificuldades de relacionamento social ou familiar também devem ser consideradas.

Ressono. Tenho SAOS?

O ressonar ou roncopatia é um som resultante da vibração do palato e das paredes da faringe. O relaxar dos músculos do palato, língua e garganta provoca a diminuição da via aérea e dificulta a passagem do ar, originando a vibração e consequentemente um som áspero e ruidoso característico.

O ressonar, apesar de ser uma das consequências da SAOS, poderá não estar associado à patologia. Portanto, um roncopata não pode ser diagnosticado com SAOS apenas por esse motivo mas, um doente diagnosticado com SAOS muito provavelmente será um roncopata.

Caso se identifique como roncopata e tenha algum dos sintomas anteriormente referidos aconselhamos a abordar o tema com o seu médico de família.

Como posso avaliar se tenho SAOS ou outros distúrbios do sono?

O estudo polissonográfico do sono é o exame médico de referência para avaliação de distúrbios do sono. Em suma, consiste na monitorização de um conjunto de parâmetros vitais e fisiológicos, permitindo estudar e avaliar a qualidade e quantidade de sono. Este exame, por norma, é realizado num centro clínico podendo porém ser realizado no domicilio.

Qual o tratamento da SAOS?

O tratamento da SAOS deve ser adequado a cada doente e deve derivar de aconselhamento de um médico especialista.

  • Pressão positiva nas vias aéreas – terapia mais usual e com maior eficácia, sendo recomendada para SAOS moderada ou grave. Consiste na utilização de um equipamento gerador de pressão positiva, pressão aplicada nas vias aéreas através de uma máscara (ligada ao equipamento por uma traqueia/tubo);
  • Terapia Posicional do Sono – terapia aplicável a casos selecionados com SAOS ligeiro a moderado com distúrbios do sono decorrentes na posição de decúbito dorsal (vulgo barriga para cima). Esta terapia consiste em evitar o decúbito dorsal e num ensino postural, estimulando o doente a dormir numa posição lateral.
  • Alteração de hábitos comportamentais – não sendo propriamente um tratamento, apresenta uma elevada importância para o bem-estar do doente. Bons hábitos de vida e comportamentais permitem reduzir os fatores de risco e, por si só, diminuir a gravidade da SAOS. Esta mudança comportamental é aconselhada a todos, isoladamente ou associado a outra opção terapêutica. Eis alguns dos hábitos saudáveis a seguir:
    • Dormir de 7 a 9 horas (adulto);
    • Manter rotina nas horas de deitar e acordar;
    • Perda de peso e alimentação equilibrada;
    • Evição de tabaco, álcool e sedativos;
    • Evitar chá, refrigerantes e cafeína nas horas antecedentes ao sono;
    • Atividade física regular;
    • Evitar computador e televisão nas horas antecedentes ao sono.
  • Próteses – a utilização de próteses mandibulares é uma alternativa para casos selecionados de SAOS ligeiro ou moderado e tem como objetivo aumentar o diâmetro das vias aéreas superiores. A sua utilização deverá ser realizada após aconselhamento de equipa médica especializada.
  • Cirurgia – as medidas cirúrgicas, tal como as próteses, são uma alternativa para casos muito concretos e têm como objetivo primordial aumentar o diâmetro da orofaringe, Não se apresenta como tratamento de primeira linha devido à elevada taxa de insucesso.

Patologias do Sono

Importância de "uma boa noite de sono"

A capacidade de dormir bem e de preservar um sono reparador são pontos bastante relevantes para uma boa saúde. Durante o sono ocorrem processos metabólicos que permitem o equilíbrio do organismo. Num sono “ineficaz” surgem desequilíbrios a curto, médio e longo prazo como menor vigor físico, envelhecimento precoce e até maior propensão para infeções, obesidade, hipertensão arterial e diabetes.

Medicina do Sono

A medicina do sono é uma ciência já bem conhecida e com uma constante atualização no mundo clínico que se dedica ao estudo do sono. O seu reconhecimento, diagnóstico e terapia são bastante valorizados pois uma patologia do sono não acompanhada e devidamente tratada é equivalente a uma diminuição muitas vezes relevante da qualidade de vida. De salientar ainda que inúmeros estudos demonstram uma associação significativa entre a patologia do sono e diabetes, hipertensão arterial, doença cardíaca, AVC, entre outras.

Hábitos saudáveis para um bom sono

O comportamento diurno e as ações diárias de cada um, tal como a exposição a determinadas substâncias, interfere com o equilíbrio e regulação hormonal, provocando mecanismos e respostas fisiológicas negativas incompatíveis com uma boa noite de sono.

Assim, uma boa higiene do sono e a perda de alguns hábitos e comportamentos nocivos permitirá criar um conjunto de fatores benéficos à realização de um sono eficiente e reparador. Leia as nossas dicas e durma melhor.


Horas de Sono

O número de horas de sono diário necessário varia de pessoa para pessoa. Por norma, na fase adulta, são necessárias 7 a 9 horas, variando com a altura do ano (maior número de horas no Inverno).


Rotina

Manter uma rotina (hora de deitar de levantar), mesmo ao fim de semana, permite um sono mais eficaz.


Alimentação

Evitar álcool, bebidas com cafeína como café, chá e refrigerantes a partir do final da tarde e fazer refeições mais leves ao jantar.


Fumar

Evite fumar principalmente a horas próximas da hora de deitar. A nicotina é estimulante e pode afetar a qualidade do sono.


Atividade Física

Procure não fazer atividade física próximo da hora de deitar.


Condições do Quarto

Deve ter condições propícias para o repouso, com temperatura adequada, pouca luz e pouco ruído.


Televisão e Computador

Evite a televisão e o computador nas horas que antecedem o seu sono.

A importância do sono e seus distúrbios

Porque é importante dormir bem?

Todos sabemos que dormir bem e preservar um sono reparador são fundamentais para uma boa saúde. Mas qual o motivo? Simplificando uma resposta complexa, o nosso organismo durante o sono realiza um conjunto de processos metabólicos essenciais ao nosso bem-estar, permitindo manter um equilíbrio fundamental em sistemas como o imunológico, neurológico e endócrino (entre outros).

Um sono irregular e ineficiente apresenta inúmeros malefícios comprovados como o envelhecimento precoce, menor vigor físico, obesidade (associado à carência da hormona leptina, responsável pela sensação de saciedade), diabetes, hipertensão arterial, falhas de memória, dificuldade na absorção de conhecimento ou depressão.

 

Quantas horas são necessárias para uma boa noite de sono?

O número de horas para um sono ideal varia de indivíduo para indivíduo e variam consoante vários fatores externos. No entanto, na generalidade, o número de horas ideal são aproximadamente 8.

Dicas e normas para obter uma boa noite de sono à noite.

 

10 dos distúrbios do sono mais vulgares:

  1. Apneia do Sono

    Caracterizada por recorrentes limitações do fluxo respiratório (hipopneias) ou paragens respiratórias (apneias) durante o sono, consequentes da oclusão do espaço faríngeo. Os principais sintomas são cansaço e cefaleias ao acordar, sonolência diurna, falta de energia, irritabilidade, dificuldade de concentração e ressonar.

  2. Insónia

    O distúrbio do sono mais comum. Consiste na dificuldade em dormir e/ou manter o sono num ambiente com condições adequadas para tal. Pode ter inúmeras origens como condições físicas, condições mentais ou outras patologias pré-existentes. Doenças cardiovasculares, distúrbios psiquiátricos e distúrbios cognitivos são algumas das consequências.

  3. Parassónia

    Distúrbios do sono caracterizados por movimentos anormais durante o sono. Ex: sonambulismo, terrores noturnos, transtorno comportamental do sono REM.

  4. Enurese noturna

    Enurese noturna ou micção involuntária durante a noite pode estar associada a contextos clínicos psicológicos, anomalias ou atraso no desenvolvimento do sistema urinário ou mesmo a fatores genéticos. Considerado patológico quando surge mais de duas vezes por semana, em idades superiores aos 6/7 anos.

  5. Bruxismo

    Ranger ou apertar dos dentes vulgarmente durante a noite. Condição patológica associada a ansiedade, stress ou frustração que apresenta consequências como desgaste dos dentes, dores mandibulares ou dores de cabeça.

  6. Narcolepsia

    Caracterizada por uma vontade incontrolável de dormir durante o dia, em qualquer momento ou lugar, mesmo a realizar tarefas como comer, conduzir ou falar. Para além da hipersonolência diurna pode apresentar outros sintomas como paralisia momentânea (perda de movimento sem perda de sentidos), paralisia do sono (paralisia após acordar ou ao adormecer) ou alucinações (visualização de imagens, audição de sons ou sensação de toque em objetos, todos inexistentes).

  7. Sonambulismo

    Considerado uma parassónia, ocorre devido à ativação de regiões cerebrais em momentos inadequados, como durante o sono.

  8. Síndrome das pernas inquietas

    Doença neurológica que se define por uma vontade incontrolável de mexer as pernas involuntariamente, principalmente durante a noite. Geralmente afeta os membros inferiores mas, em casos de maior gravidade, pode afetar também os membros superiores.

  9. Sexomnia

    É uma parassónia sexual na qual o indivíduo apresenta comportamentos sexuais anormais durante o sono, muitas vezes não se recordando no dia seguinte.

  10. Distúrbio do comportamento do sono REM

    Ocorrência de movimentos violentos e agressivos durante o sono REM, resultantes de uma desinibição muscular anormal. Maior incidência em homens de meia idade e com correlação a doenças neurodegenerativas.